“A bagunça do seu quarto é um reflexo da bagunça que há dentro de você.”
Passei boa parte da vida ouvindo esta frase do meu pai, mas só fui compreender seu significado há alguns dias atrás, durante as férias no sul da Bahia, quando me vi diante do mar e de uma simplicidade que me encantou de tal forma, que arriscaria dizer que experimentei um pouco a sensação de enxergar pela primeira vez.
É claro que esta sensação maravilhosa também teve um outro lado, aquele de tirar os óculos escuros e encarar tanta luz e claridade que a vontade imediata é de colocar os óculos de volta e continuar confortável com a minha cegueira.
Há verdades que chocam e, para mim, a maior delas foi perceber que o meu pai sempre teve razão. Não falo das zilhões de vezes em que esbravejava pela casa, reclamando que o meu quarto era uma zona, que eu precisava arrumá-lo e ser capaz de mantê-lo em ordem. Definitivamente, não. Meu coração é uma verdadeira bagunça, e nisso sim ele estava certo.
A prova viva é o meu apartamento. É lindo (eu e marido amamos), espaçoso e cercado de fofuras que me arrancam longos suspiros de amor. Mas a bagunça do meu quarto azul turquesa também se mudou para cá e foi se espalhando por cada canto da casa, de mansinho, até formar um verdadeiro caos.
Ok, quem conhece a nossa casa vai dizer que estou exagerando. Admito que estou. A nossa bagunça é estratégica e só não fica tão evidente porque tenho o hábito de enfiar tudo nos armários. Sem falar no quarto dos gatos, que já se transformou no famigerado quartinho da bagunça, tão presente na vida da gente e tão odiado por mim.
Às vezes desconfio que o meu coração também deve ter um armário gigante, onde vou escondendo todas as mágoas, tristezas e mal entendidos, pelo simples medo de entrar em conflito com as pessoas, já que tenho tão poucas na vida.
As férias na Bahia são um capítulo à parte, mas não posso deixar de mencionar como aquele lugar tocou meu coração. A rusticidade da figueira mais linda que já vi, emoldurada pelo mar. O vaivém das ondas sempre a lembrar que tudo na vida é passageiro. O prazer de comer bem e curtir a paz da natureza. Os banhos de mar que me lavaram a alma.
Fiquei encantada com as casinhas alegres e coloridas de Trancoso. São um luxo de simplicidade que me fez perceber que preciso de muito pouco na vida: uma casa, um amor e uns gatos para me adotar. Se puder estar cercada de gente do bem, melhor ainda. E para alcançar a tão sonhada simplicidade, voltei decidida a promover um verdadeiro “choque de ordem” na casa, na vida e no coração, começando por passos bem simples:
- A palavra de ordem é organização
- Destralhar a bagunça da casa e da vida
- Fazer escolhas e reconhecer as prioridades
- Livrar-me de tudo que não é essencial (incluindo pessoas que só me fazem mal)
- Criar e estabelecer rotinas
“Se você pensa que organização tem a ver com uma casa de capa de revista e uma vida planejada demais, prepare-se para mudar seus conceitos. Uma vida organizada diz respeito a uma vida coerente com seus valores – o que significa que tudo o que você busca fazer no seu dia a dia tenha a ver com seu propósito e objetivos.” – Thais Godinho
À primeira vista, tudo parece tão básico e trivial, que até me sinto um pouco ridícula por traçar um plano para atingir essas metas. Ainda bem que a vida é assim, um eterno aprendizado, e nunca é tarde para recomeçar!
“Calma. O sábio jamais se aborrece. O amor nunca falha.”
Ficarei feliz se você também decidir me acompanhar nessa jornada por uma vida mais simples e organizada! Na semana que vem, já vou ter algumas novidades. Acho que vocês ficarão orgulhosos! 🙂
Dicas de leitura
- Como lição de casa, fica a leitura do blog maravilhoso da Thais Godinho, o Vida Organizada, e também do livro de mesmo nome, que estou devorando!
- “A arte de fazer acontecer” (Getting things done), de David Allen, é outro livro recomendadíssimo, super interessante e igualmente útil. É uma referência no tema organização com a metodologia GTD. Também estou amando!
Um beijo no coração!
Sugestões de outras leituras: